17 de junho de 2008

Os pombos-humanos, e o não-lugar...

aqui a arrumar os trabalhos todos por ano e cadeira (sim já ando nisto há tanto tempo que se perde a noção donde as coisas se devem inserir...) encontrei um trabalho velhinho de 2004 que falava acerca da efemeridade e... bem vou fazer um paste para quem tiver paciência!

Não-lugar, uma coisa efémera, algo que acontece e desaparece, se desvanece, dura pouco!

Se tivermos em conta que a humanidade é duradoura, rapidamente fazemos uns cálculos que nos permitem chegar à brilhante conclusão que afinal o bixo humano só está na terra há poucos dias. Dias? Imaginando um relógio com 24 horas, se o nascimento do universo, o Big-Bang, tivesse ocorrido à meia-noite, o ser humano apenas caminhou pela primeira vez ás 23.50h... e se estamos cá há apenas 10 minutos o que sabemos nós de coisas duradouras? Acho que as baratas, bicho que vive uns quantos dias, sabem mais sobre duração que nós, elas estão cá há muito tempo, há uns 100 milhões de anos pelo menos, e quando as nossas vidas “duradouras” terminarem elas ainda cá estarão.
A única coisa que pode mudar a duração que tivemos neste mundo, é o impacto que a nossa vida teve, o contributo que deu à humanidade. A efemeridade da vida a isso nos obriga, e é por isso que lutamos no dia-a-dia, pelo reconhecimento. Por ele devoramos tudo que nem baratas a roer fios eléctricos. J.F.Kennedy foi um cromo, presidente da maior potência mundial do pós-guerra, mas será que não foi ultrapassado por Lee Harvey Oswald? E o que é que os pombos têm a ver com isto tudo?

Os pombos são considerados os ratos do século XXI, são uma praga. Sujam os monumentos e casas, propagam doenças, só falta morderem as criancinhas (sinceramente, prefiro pombos que ratos!). Um senhor muito inteligente disse: «you humans are a cancer» (agent Smith para Neo no 1º Matrix), e realmente se pegarmos à letra o sentido desta frase percebemos que se a terra acabar por causa de um novo degelo, doenças, etc., a culpa é nossa. O que é um pombo-humano? Somos nós todos, são os pombos, são os humanos (os outros animais não são para aqui chamados). Se um pombo destrói um monumento, nós destruímos muitos mais (lá se foram os morais pós 25 Abril no inicio da 24 Julho); se os pombos devoram a comida toda que apanham no chão, nós devoramos petróleo, reservas florestais, etc...

O que pretendo provar com esta conversa é a ligação que existe entre as duas espécies, estabelecer um paralelismo que tornará o meu não-lugar numa metáfora da vida humana. Life feeds on life, este vai ser o lema deste projecto.

1º Passo: estabelecer um local para o meu não-lugar
Não é complicado, tem de ser um local com muitos pombos. Praça do Comércio.

2º Passo: milho, muito milho!

O conceito já expliquei, resta dar a entender como o demonstrar. Esta fase de explicação vai ocupar menos espaço nesta folha que qualquer outra informação até agora, devido à sua simplicidade. Vou escrever no chão da praça do Comércio a palavra EFÉMERO, mas não vai ser com canetas, porque isso não seria nada efémero, e qualquer outro tipo de tintas ficaria para sempre lá. Não, a solução é usar a própria natureza contra ela. Vou escrever com milho, e enquanto escrevo os pombos virão, debicar a efemeridade, tal como a espécie humana debica o planeta que habita. A vida contida num grão de milho dá para alimentar milhares. Uma gota de petróleo faz um carro andar kilómetros, mas num segundo tudo se torna... efémero!

(lol, isto parecia ter mais lógica à 4 anos atrás, mas ainda hei-de realizá-lo!!!)

1 comentário:

Casa dos Fanicos disse...

:) Gostámos da ideia!